Dados retirados da Sociedade Brasileira de Tratamentos por Ondas de Choque (2016)
http://www.sbtoc.org.br/medicos/html/indicacoes.html
Indicações / Patologias
O tratamento extracorpóreo por ondas de choque (ESWT) tem disponibilizado aos ortopedistas um método terapêutico alternativo para o tratamento de inflamações crônicas dos tendões, calcificações no ponto de inserção dos músculos ou tendões e fraturas com retardo ou não união óssea.
Inúmeros pacientes tratados com ESWT demonstraram melhoras nos sintomas durante a primeira semana pós tratamento e em muitos casos os sintomas desaparecem cerca de 30 dias após o início do tratamento.
Veja algumas indicações:
» 1. Fasciíte Plantar Com ou Sem Esporão
» 2. Pseudoartrose (Fraturas Não Consolidadas) ou Retardo da Consolidação
» 3. Calcificações Periarticulares dos Ombros (Tendinite Calcárea)
» 4. Epicondilite Lateral e Epicondilite Medial Umeral (Cotovelo de Tenista e Golfista)
» 5. Outras Patologias
1. Fasciíte Plantar Com Ou Sem Esporão:
A causa mais comum de dor na superfície da planta do pé chama-se Fasciíte Plantar, que consiste na inflamação da grossa e fibrosa banda que vai desde o calcanhar até a parte anterior do pé, logo debaixo da pele e gordura subcutânea.
Quando não tratada, o longo tempo de inflamação pode causar rupturas nesta fáscia e depósitos de cálcio no ponto de inserção desta no calcanhar, resultando no aparecimento de um esporão ósseo.
Os sintomas são:
– dor aguda localizada no fundo e/ou ao redor do calcanhar;
– frequentemente a dor é pior pela manhã ou nos primeiros passos após ficar sentado algum tempo e após (não durante) o exercício;
– agravado por suportar peso excessivo ou depois de corrida;
– mais comum em adultos de meia-idade e preponderante em mulheres.
As causas são:
– carga excessiva no pé pela obesidade, ou exercício repetitivo (por ex: corrida);
– achatamento acentuado do arco ou arco muito alto (pés cavos);
– musculatura da panturrilha muito tensa,
Para o tratamento de terapia extracorpórea por ondas de choque para a fasciíte plantar, recomenda-se aplicação de uma a três sessões com intervalos semanal e 3, 6 e 12 semanas para avaliação.
2. Pseudoartrose (Fraturas Não Consolidadas) ou Retardo da Consolidação:
A definição de não-união ou pseudoartroses varia entre diferentes centros ortopédicos.
O retardo da consolidação está definido como a falha de união óssea de três a seis meses após a fratura e a pseudoartrose está definida como a ausência de união óssea após um período de seis meses ou mais.
Os principais fatores que predispõem a pseudoartrose à ou não-união óssea são:
– circulação inadequada de sangue na região;
– instabilidade no local da fratura;
– falta de contado entre os fragmentos de osso.
Os fatores que influenciam negativamente na cura da fratura incluem a idade avançada, o consumo de álcool ou tabagismo e nutrição inadequada. Osteoporose, arteriosclerose com redução de circulação sanguínea são fatores adicionais negativos para a cura da fratura.
Para o tratamento de terapia extracorpórea por ondas de choque em pseudoartrose, recomenda-se a aplicação de uma a três sessões com intervalos para avaliação.
3. Calcificações Periarticulares dos Ombros (Tendinite Calcárea):
Ou tendinite de ombro e bursites.
Atletas e trabalhadores que necessitam fazer movimentos repetitivos, ou pessoas que usam os ombros em posições viciosas com frequência, sofrem de dor causada pelo atrito ou pinçamento das estruturas que movem o ombro.
Esta síndrome de impacto inclui uma combinação de problemas; a inflamação da bolsa de deslizamento (bursite) localizada sobre os tendões rotadores do ombro, a inflamação dos tendões do manguito rotador (tendinite) e depósitos de cálcio nos tendões, causados pelo desgaste por rasgos ou traumas.
Se não tratados, este componente inflamatório e de impacto podem levar a uma ruptura do manguito rotador.
O tratamento inicial deve ser repouso da articulação e na fase aguda pode-se usar gelo e anti inflamatórios. Posteriormente ultrassom e eventualmente injeções locais de cortisona.
Porém, se este tratamento não der resultado e, principalmente, nos casos mais severos, antes de cirurgias, a terapia por ondas de choque é uma alternativa extremamente recompensadora que pode beneficiar grande percentual de pacientes e evitando para estes uma cirurgia.
Para o tratamento de terapia extracorpórea por ondas de choque em tendinites, recomenda-se a aplicação de uma a três sessões uma vez por semana e com intervalos de três, seis e doze semanas para avaliação.
Epicondilite Lateral e Medial Umeral (Cotovelo de Tenista e de Golfista):
Jogadores de tênis e jogadores de golfe são vítimas frequentes de dor no cotovelo. Arremessadores, trabalhadores manuais, jardineiros ou outras pessoas que necessitam de movimentos que incluam tensão e repetição no cotovelo também podem sentir os mesmos sintomas e serem igualmente limitados por estes. O chamado cotovelo de tenista (ou epicondilite lateral) é uma situação dolorosa em cima e ao redor da saliência óssea do lado de fora do cotovelo. A dor pode se irradiar ao longo do antebraço. O ato de dar a mão ou segurar ou elevar algo pode ser extremamente doloroso.
O cotovelo de golfista é uma situação similar. O foco da dor é na saliência óssea interna do cotovelo, do lado medial, sendo por isto chamado epicondilite medial.
De início, repouso da articulação e gelo é o tratamento de escolha. Além disto, anti inflamatórios ou imobilizações podem ajudar. Finalmente injeções de corticoides no local, porém ser dolorosas.
Para os casos resistentes e que não melhoram, antes de se pensar em cirurgia, a terapia por ondas de choque passa a ser a alternativa de escolha pelo seu alto índice de bons resultados.
Para o tratamento de terapia extracorpórea por ondas de choque em epicondilite, recomenda-se a aplicação de uma a três sessões uma vez por semana e com intervalos de três, seis e doze semanas para avaliação.
5. Outras Patologias:
Indicações já aprovadas para o uso ortopédico nas seguintes patologias:
Tecidos Moles:
– Ombro: tendinose calcificante;
Outras Indicações Possíveis Para Partes Moles:
– Ombro: tendinopatias e bursites
– Quadril: síndrome dos adutores e bursite trocanteriana;
– Joelho: osteíte no polo da patela (joelho de saltador);
– Calcâneo: aquilodínea (patologia no tendão ou no osso);
– Geral: síndromes dolorosas causadas por músculos contraturados (trigger points) chamada dor miofascial
Patologias ósseas já aceitas:
– Pseudoartrose;
– Retardos de consolidação.
*** Além do uso das patologias descritas anteriormente, os estudos internacionais têm como indicações secundárias em fase de estudos o tratamento de:
– Ombro congelado;
– Necrose avascular (isquêmica) da cabeça do fêmur em estágios iniciais;
– Osteocondrite dissecante;
– Tendinite do tendão de Aquiles;
– Calcificações heterotópicas.
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